quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
FILOSOFIA DE FINAL DE ANO E A LÓGICA DOS OPOSTOS
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
DESILUSÃO
Talvez a maior sabedoria esteja em saber descaracterizar.
Descaracterizar o seu amor platônico, a sua expectativa de trabalho, o seu desafeto, a sua noite de hoje. É o que chamam de ‘não ter expectativas’, mas pra mim a coisa é um tanto mais complexa.
Descaracterizar pode ser tirar do pedestal, pode ser desacreditar, ou mesmo deixar de achar tão bom. Mesmo que te pareça forçado, vale à pena pensar naquela coisa tão incrível como só mais uma ilusão, um marketing pessoal bem feito ou, pior, uma grande mentira.
Sim, porque provavelmente, muitas das coisas que vc ama mas não tem são representações da coisa real que vc cria na sua cabeça. Aquelas coisas que vc insiste em ter mas que insistem em te fazer crer que não são para vc.
Dizem que anti-depressivos tiram de vc aquela emoção descontrolada do gostar, do querer, do sofrer e te deixam meio apático. Isso nada mais é que olhar a vida de cima, rir dela, conseguir se projetar num futuro onde muitas coisas nem terão toda aquela importância.
Então anti-depressivos podem ser completamente desnecessários se vc aprender a descaracterizar tudo aquilo que acredita ser melhor que vc e, portanto, inatingível. Descaracterizar, então, é a fórmula para desiludir.
* Dom de Iludir - Caetano Velloso
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
JORGE É DA CAPADÓCIA
Não estar sozinho na sua condição é nunca se achar um estranho. Saber-se semelhante a alguém através do seu problema é um alívio. Dizem na filosofia Tolteca que um dos principais aprendizados de uma pessoa é “não levar nada para o lado pessoal”, porque nós não somos tão especiais no mundo quanto nossas mães nos fizeram crer que éramos. Simples, prático.
De fato, existem muito mais casos comuns no mundo do que a nossa cabecinha limitada pode imaginar. As questões humanas podem ter várias caras, mas aposto que os temas delas são bem reduzidos. É que nem cinema: vc tem, no máximo, 8 tipos de histórias clássicas, parece, mas infinitas formas de executá-las. Amor, traição, inveja, dor de cotovelo, vingança, etc... um número limitado de motivações que levam a uma trama. Enfim, sabendo disso e conversando com grandes amigos na paz do Goiás, me lembrei de que sou só mais uma se fazendo perguntas. E por coincidência (sendo que coincidências, na verdade, não existem), escutei uma música do Zeca Pagodinho (sujeito que eu não amo, mas que quando dá pra acertar acerta muito) com o Jorge Ben*. Lá tem a oração pra São Jorge. Que impressionante como as palavras fazem sentido. Eu não gosto lá muito de orações, mas essa serviu de um jeito absurdo. Ela é uma oração de ‘empowerment’, parece que nada te derruba. O resultado foi que passei a me achar a primeira amazona do exército da confiança. Lá vai um trecho para São Jorge. Salve Jorge:
“Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos, tendo pés, não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.”
Assim seja. Façam amigos e cultivem. Sintam-se poderosos com isso.
* Zeca Pagodinho e Jorge Ben: Ogum
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
GO EAST
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
É SÉRIO
sábado, 17 de julho de 2010
LIVING ON A PRAYER
sexta-feira, 9 de julho de 2010
NADA SERÁ COMO ANTES
sexta-feira, 4 de junho de 2010
MOMENTO CLARICE
segunda-feira, 31 de maio de 2010
INTENSIDADE
Eu peço licença para a Cris Guerra, que eu conheci hoje, para emprestar as palavras dela. Para mim e para os que me lêem. Não que ela não quisesse dividi-las, ao contrário. Paulinha, minha torre gêmea, é a responsável por eu conhecer essas palavras absurdamente úteis. E lindas. Não preciso ficar dizendo o quanto é lindo pois vc vai entender de primeira.
O contexto:
"Um homem tem morte súbita, dois meses antes do nascimento do seu único filho. Assim nasce este blog. Tentando entender e explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe que, no caso, sou eu. Muitos questionamentos. Muitos raciocínios. Muito aprendizado. E uma pressa em falar para o Francisco sobre seu pai, sobre o mundo e sobre mim mesma (só por garantia)."
A parte bonita que é feliz:
"Você vai aprender, filho. Que a intensidade pode roubar você de si mesmo. Que é preciso leveza para se pertencer. Você vai aprender a se distrair no meio do caminho – para ter o privilégio de errar. Vai aprender que as descobertas estão nos atalhos. E que é preciso alcançar o escuro denso para estar diante de todas as possibilidades. Você vai aprender a se deitar noite escura e amanhecer ensolarado. E vai entender que na perda mora o verdadeiro começo. Talvez você leve meia vida para isso. Talvez mais, como eu. Mas até lá, olha que sorte: eu vou estar segurando a sua mão."
domingo, 23 de maio de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
TUDO VERDADE
O Jean vc já conhece, agora é vez do Max:
quinta-feira, 18 de março de 2010
TRINTA
Picaram mas não doeu. Chegou e nem senti. Não me falta um braço nem o juízo. É que me deram um anestésico e tô sob efeito dele ainda. Hoje tem gente que passa e eu não vejo. Tem coisa que mexe mas eu não sinto. Tenho um certo bode, preguiça das coisas emocionalmente complicadas. Por outro lado, o que é direto e prático muito me atrai. Desconfio de mais gente mas me preocupo com menos coisas, é estranho isso. Não sei bem se to gostando. Espera... acho que encontrei a metáfora: tiraram os holofotes de cima de mim. Ufa! Posso reagir naturalmente que ninguém vai repreender. Posso rir quando der vontade e sair quando estiver de bode. Posso ficar um sábado inteiro sozinha sem me cobrar pelo social. E se eu nunca retornar uma ligação sua, não significa que eu não goste de vc. Não significa nada. Que alívio, sobrevivi. Acho que a vida agora começa, fora de uma tela de cinema e sem o Big Brother* tirando a espontaneidade. Posso sentar e relaxar. Talvez eu me sinta mais espectadora que atriz por um tempo, e sem problemas. Finalmente preciso ler Balzac.
* George Orwell, não aquela porcaria que a Rede Globo transmite
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
OFEGANTE EPIDEMIA
foto: flickr
O carnaval se aproxima e eu sou uma amante incorrigível dele. Euforia desenfreada. Quem sabe, sabe... conhece bem*.
Olho pro lado e aquele desafeto fica pequenininho, me sinto bem maior. Os problemas tiram férias, os medos voltam para suas cavernas e os agiotas do meu juízo são acometidos de compaixão, perdoam qualquer dívida da consciência. Me sobram apenas alegria, imaginação e muito oxigênio.
Tento contar às pessoas que isso existe, que é grande, maior do que qualquer viagem de balão ou queda de montanha russa. Sempre me frustro com os descrentes. Ainda não tirei diploma que me habilite a conseguir tal proeza. Só lamento mesmo que alguns não tenham esse chip.
Na Praça XV faz um sol de matar ou chove de doer, nunca um meio termo. Tristeza** interpretada pelo Boitatá do Pedro Miranda me arranca lágrimas nos primeiros acordes, enquanto O Bloco do Prazer*** me faz a pessoa mais feliz daquele minuto e meio. Todas as boas energias do mundo passam por quem entende e curte o carnaval. Energias antepassadas, energias das pessoas felizes, de décadas de cultura, dos bem intencionados, dos pacificadores, dos palhaços, dos artistas, dos que deram trégua, dos que perdoaram, dos que acreditam, dos que se lembram humanos, dos que amam, ou dos simplesmente bêbados. Energia que rege o Brasil e contagia milhões, não vê raça nem classe, gênero nem intenção. É a ofegante epidemia do Chico ****. Sei lá, não consigo descrever melhor , só viver. Tomara mesmo que você esteja me entendendo. Senão, desejo que descubra isso e que um dia tente me explicar e não consiga.
Vou indo que o tempo é curto, a véspera corre e depois deste fevereiro não se gritará tão alto, não se pegará mais bonde nem se beijará mais chão. Nos vemos de novo se meu humor sobreviver às cinzas da quarta-feira, quando o ano promete começar aqui do lado de baixo do Equador, onde não existe pecado, só alegria.*****
* Jota Sandoval-Carvalhinho
** Vinícius e Toquinho
*** Moraes Moreira
**** Chico Buarque
***** Caetano Veloso
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
O MUNDO É ESTRANGEIRO
"Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?" *