sábado, 9 de abril de 2011

NÃO POSSO MAIS VIVER SEM MIM




















Essa semana assisti a um filme, daqueles com os quais a gente cruza por acaso, na beira da madrugada e ainda titubeando se banca dormir duas da manhã numa segunda-feira. Banquei. Nada é por acaso.

Já falei algumas vezes aqui, desde minhas noites viradas naquele quarto do subsolo da residência em Londres, em véspera de provas, que uma grande ficha me caiu quando escutei de uma das minhas melhores amigas, por skype-phone, "a gente nasce sozinho e vai morrer sozinho, entenda e aceite isso". Não me refiro ao lado dramático que esse pensamento carrega, queria falar do lado insightful de novo. Se vc se dá conta de que qualquer de pendência do Outro, para uma mínima coisa que seja, é desperdício, vc cresce tanto, tanto que, quem sabe, encontra de vez a felicidade. Ó que legal: se eu entendo que eu só tenho a mim mesma, eu nunca estarei solitária porque eu sempre vou poder contar comigo e nunca vou me decepcionar :-)

No filme, uma coadjuvante diz a frase-chave à protagonista, mais jovem que ela e que acabou de abandonar a própria festa de casamento (incluindo o noivo) por causa de uma grande decepção (causada pelo próprio). O caso é que uma única traição envolvendo um casal de amigos, e trazida a público por um deles, desencadeia uma sequência de lavagem de roupa suja em que todos os personagens se revelam ou se descobrem tendo sido traídos. No final (desculpem contar o final), após decisão da noiva de não se jogar de um penhasco, a mulher-madura, que acabara de ter sua ficha também 'caída', diz que só é possível ser correspondido no amor se vc for livre (por favor leia isso algumas vezes mais, repetindo para si mesmo). E a cena final é ela voltando a pé por uma estrada e se deparando com uma encruzilhada. Escolhe ir para o lado esquerdo. Pronto.

"Ser livre consiste em assumir que vc está sempre sozinha, primeiro", ela completa.

Bom Abril para vocês.

PS1. esqueci o nome do filme.
PS2. qualquer semelhança com o post anterior é mera coincidência (existe coincidência?)


Música: Ultraje a Rigor - "Eu me amo"

5 comentários:

  1. Boa Pauli, entre Calligaris, filmes à luz da madrugada e outras vivências vamos nos descobrindo e vendo que sim, a vida é muito boa, mas depende antes de tudo, de nos amarmos e termos esta auto-confiança que sempre buscamos, para então podermos nos sentir livres. Estou muito feliz em testemunhar isso em vc, e sei que vc sabe que, por circunstancias da vida, tb é reícproco. Bj!!
    Fabi

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  2. adoro o ato de escolha. e ponto.
    quer ser uma das minhas melhores amigas? beijoca Nanda

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  3. hmm... revolutionary. Doído, mas verdadeiro...
    Só discordo de uma coisa - eu costumo me decepcionar um monte. Fico triste comigo, tenho raiva de mim, me canso... tanto quanto ficaria com outra pessoa. Strange?

    Saudade, morena!!!

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  4. Loira, eu acho que é porque demora na vida pra gente ser mesmo livre... acho que pessoas jovens podem estar no caminho, mas só as mais maduras é que podem se gabar de ter chegado mesmo lá. Estrada, sabe? Daí faria sentido pensar que sentir isso por vc mesma é condição de não-liberdade total ainda. Beijo

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